Fotografia de Márcio Vasconcelos
Curadoria de Diógenes Moura
Texto de Celso Borges
Atual, mesmo quarenta anos depois, o Poema Sujo escrito por Ferreira Gullar durante exílio na Argentina, foi recentemente reeditado e agora é também revisitado em forma inédita: a fotografia. De São Luis, como o escritor, o fotógrafo Márcio Vasconcellos se debruçou durante anos sobre os locais, pessoas e sensações descritas num momento tão importante da história do país, para o projeto já premiado em 2014 com o Marc Ferréz de Fotografia.
“Ele vive Gullar e o Poema Sujo ‘está nele/como a cidade está no homem’ desde que nasceu”, diz Diógenes Moura, editor do livro e curador da exposição, que trabalhou por mais de dois anos no projeto em discussões profundas com o fotógrafo sobre o corpo/alma do que seria o livro.
Biografias
Márcio Vasconcelos nasceu em São Luís, Maranhão. Fotógrafo autodidata e independente, é autor dos livros Arte nas Mãos: Mestres Artesãos Maranhenses (Sebrae, 2007), Nagon Abioton – um estudo fotográfico e histórico sobre a Casa de Nagô (Programa Petrobras Cultural, 2009), Zeladores de Voduns do Benin ao Maranhão (Editora Pitomba, 2016, 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras da Fundação Cultural Palmares – Petrobras) e Na Trilha do Cangaço: o sertão que Lampião pisou (Vento Leste Editora, 2016, XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia). Premiado no XIV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia com o projeto Visões de um Poema Sujo, inspirado no poema de Ferreira Gullar.
Diógenes Moura nasceu em Recife, Pernambuco. É escritor, curador de fotografia e editor independente. Atualmente trabalha na edição de O Livro dos Monólogos – Recuperação para Ouvir Objetos, textos em formato de leituras dramáticas. Premiado no Brasil e no exterior, entre 1999 e 2013 foi Curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde realizou exposições, edições de livros e reflexões sobre o pensamento fotográfico. Pesquisa desde a filosofia da palavra em tempos de cólera aos limites da imagem entre o ontem e o muito além. Só entende fotografia vendo-a como literatura.
Celso Borges é poeta, jornalista e letrista de São Luís (MA). Parceiro de Zeca Baleiro, Chico César, Fagner e Criolina, tem 11 livros de poesia publicados, entre eles Pelo Avesso, Persona Non Grata, XXI, Música e Belle Époque, os três últimos no formato de livro-CD. No palco, realizou os projetos Poesia Dub, com o jornalista Otávio Rodrigues; A Posição da Poesia é Oposição, com Christian Portela e Luiz Claudio e Sarau Cerol, com Beto Ehongue. Em 2010/2011 apresentou o programa Biotônico, na rádio Uol, ao lado de Zeca Baleiro e Otávio Rodrigues. Com Baleiro coproduziu o álbum A Palavra Acesa de José Chagas, com participação de Fagner, Ednardo, Lula Queiroga, Chico César etc. Tem poemas publicados nas revistas Coyote, Poesia Sempre, Oroboro e Celuzlose. Foi curador da Feira do Livro de São Luís em 2013 e 2014.